Passarão por estas páginas a história do mundo, os resultados de algumas guerras mundiais e de outras domésticas, a “travessia das sementes” e “a façanha do sapiens”. Lucía também aparecerá, em sua — tomara — justa dimensão de militante e dirigente fundamental da esquerda uruguaia, junto com o problema da ração para as galinhas, o ruim e o bom dos novos tratores para trabalhar a terra, a juventude atual e a própria velhice, que inclui pensamentos, amanheceres, próstata, política, a importância de um bom vinho e, claro, a umidade do rio da Prata e suas consequências sobre os joelhos. Há algumas partes em que a conversa se torna cotidiana, interna e até, pode-se dizer, pueril. Peço atenção especial a esses fragmentos. Talvez aí esteja escondida toda a riqueza, a magia e a inteligência de Pepe Mujica nesse encontro, para o qual (com o livro na mão) lhes convido a participar. É uma conversa de hoje, para agora. E também para depois.