O texto foi desenvolvido a partir de memórias e percepções sobre a vida na cidade de São Paulo nos anos 50, tempo esse de gestação do paulistano, cidadão forjado por uma multicultura nessa pequena cidade que rapidamente se transformou em metrópole. Essa expansão aconteceu pelo empenho dessa força de trabalho vinda de diferentes regiões do Brasil e do exterior desterrados por motivos econômicos e que aqui chegam com o propósito de trabalhar para ganhar o sustento para si e sua família, sem projetos de fixação nessa terra desconhecida. O desenrolar do texto registra a precariedade de recursos para acolher com dignidade os que aqui chegaram para trabalhar e a falta de planejamento e empenho dos governantes e poderosos em oferecer condições essenciais de moradia, educação, saúde e remuneração para suprir as necessidades básicas dos novos habitantes. Enquanto a indústria que se instalou tinha seus propósitos definidos e era capitaneada por empreendedores e empresários experientes, a cidade improvisa seu modo de viver compartilhando a bagagem de conhecimento e experiência de seus pontos de origem. As memórias e percepções foram lançadas em pequenos parágrafos para estimular o leitor a complementar com suas memórias e imaginação, não há rigor acadêmico, pretensões literárias ou didatismo, apenas recordações.